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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

1984 - Orwell/ Obra Tolkien

Ler Tolkien e 2 dias depois ler 1984 do Orwell é, no minímo, conflitante. O Tolkien, que foi contemporâneo do Orwell, não nasceu na Inglaterra, assim como o Orwell, porém fora criado na capital britânica, tem uma concepção de Homem, sentimento, princípios, da não possibilidade do descartamento da humanidade, da não possibilidade de extinção dos instintos, da essência que difere o Homem do animal, do âmago humano, no qual, apesar de qualquer atitude, há um código de honra que se reduz, se ofusca, mas não se destrói, que diverge absolutamente do sentimento pessimista e desacreditado do Orwell em relação à esses assuntos.

Para o Tolkien, sempre haverá o reduto desse código de honra numa caverna escura, na qual os Homens passam de pai para filho os ensinamentos da manutenção da existência desse código, por mais que todo o mundo apocalíptico do Orwell se estabeleça, em algum lugar há um herói, alguém que manteve os princípios dentro de sí, passará para outros, alguém que sempre sabe como agir, como deve fazer, e que sempre reconsquistará a humanidade, derrotará àquele que tem como objetivo de vida contrariar tais princípios, fará com que ele trame de novo, de forma a se enganar, já que é sabido que sempre haverá esse herói, sempre haverá quem, de forma nobre, viverá no exílio pondo em prática seu destino de fazer as características princípais de seu exílio se tornarem as características principais do mundo então patológico, e as características principais do mundo patológico se tornarem as características do exílio. O Tolkien é quase poético, romântico. Creio no alerta desesperado do Orwell, mas também creio na essência da poesia tolkiniana.

Att. M.A.G.S

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