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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Estrela Vespertina

Ao enveredar por vias que exercem fascínio ao homem-rapaz
Que dilatam certeza
Conjugam clareza
O tornam tenaz

Um barco ancorado
Que de incomodado
Zarpa oposto ao passado
Buscando a paz

Sua inquietação
Que provém da paixão
Vivida ou não
O expulsa do cais

Mas o mar é bravio
Sua nau
Um navio
Busca o fim do vazio
Que ficou para trás

Pra guiar meu caminho
Duas estrelas
Um vinho
E tristeza jamais

Caminhos distintos
Sigo por puro instinto
Animal, eu não minto
O caminho normal

A estrela argentina
Como a prata na mina
Irradia forte meu norte
Sem nenhum vendaval

Mas há outro caminho
Outra sina
Estrela vespertina
Que fraca no céu
Seu caminho
Um vão

Inaconselhável seguir sua trilha
Sinuosa
Confusa
De dúvida profusa
E profusa solidão

Ao longo do caminho
Descubro sozinho
Que é preciso o espinho
Que causa desalinho
E por fim emoção

Escolhi errôneo destino
Traiçoeiro e mesquinho
Sedutor de um menino
Quem em dor
Desatino
Quis acalentar seu coração.

O caminho difícil
Doído
Era certo
Pois por mais que deserto
Após o mar aberto
Alcançava a paixão.

sábado, 28 de setembro de 2013

Como um pássaro aninhado
De soslaio eu bem-te-vi
E o canto do rouxinol
Corrobora o que eu senti

Como sabes o sabiá
Soube assim quando te vi
Que sua íris tem mais encanto
Que o mais belo dos cantos pode emitir.

Otelo

Maturidade é a nobreza de permitir-se lembrar
Admitir um sentimento dolorido tirar seu ar
Não sufocar
Fingir não se importar
Não tentar se esquecer
Da vida deletar
O que te faz sofrer
Não é assim que vai melhorar

Um dia o dique estoura
E o rio vem violento
Aí é que vai doer
E não vai ser por um momento

Ao invés de represar
Faz bom uso do rio
Alivia teu calor
Ao invés de sentir frio

O orgulho lhe protege
Deixa-lhe bem confortável
O uso prolongado d'armadura
Lhe deixa em estado imutável

De guerra
Frieza
Ditatorial
Digo-te de antemão
Não vais combater o mal
Apenas adiar
Deixá-lo na espreita
Não vais dormir tranquila
Com frio na espinha
Sai logo dessa armadura
Se esconde atrás da minha!

Vem cá que eu lhe abraço
Te mostro como é belo
Vem pro campo
Larga o aço
Não viste a história de Otelo?

Primeiro Eu Te Amo

O coração que se protege injeta lembranças venenosas

Projeções tortuosas

Não mentirei para ti

A maior parte das minhas são libidinosas


Creio que mesmo quando a paixão se vai

O afeto perdura

Que o carinho se mantém na mente madura

Me importo contigo

Nem lembro mais de como consegui a cicatriz

Mas lembro de como foi bom poder retirar a atadura


Tenho esse impulso de reaproximação

Deixo-o claro assim

Não me importo com interpretações grosseiras

Acredito ser firme tua opinião de mim
Esses dias, variei a lembrança

Saiu a libido

Surgiu o sorriso

Sem medo

Espontâneo como o eu te amo

que tentamos reprimir por ser muito cedo
Incontrolável

Como o mesmo acabou se provando

Constrangedor foi

E gostoso como depois

Poder relaxar sem se preocupar

Com o que o outro poderia estar pensando
Me preocupa suas atitudes direcionadas a mim

Não se esqueça que sentimentos bons se transformam

Mas nunca em sentimentos ruins
Ao fim de tudo reforço

O sentimento bom se transformou

Não sei se por azar ou se por sorte

Mas a atração carnal, a libido, o desejo?

Bem, não vou mentir

Esses continuam forte.

Flor Rara

Como será que se sente uma flor rara no cume da montanha?
De que adianta, toda beleza, se a tristeza, floresce à tarde
Nasceu ali num dia frio uma façanha
Sem outras flores
Sem outra vida
Sem Liberdade

Conhece a vista
Bem lá de cima
Obra de arte

De que adianta
Não ter ninguém
Pra dividir
Essa verdade

Inveja a rosa
Que tem amigos
Por toda parte
Não é tão sábia
Mas o saber
É multiface

Não vale a pena
Sabedoria
Sem amizade

É um dilema
A pobre flor
Sente saudade

Mas é possível
Sentir saudade
Sem ter vivido
Sentir saudades
Do que foi seu
Num soinho vívido

Mas do que a rosa
A pobre flor
Idealiza
Uma outra flor
Que como ela
Sofre na brisa

Brisa gelada
Vento cortante
Uivando forte
Vento Altivo
Vento Voraz
Determinante
Vento Fugaz
Vento Benigno
Que traga sorte

De encontrar
Um'outra vida
Que corresponda
Essa demanda
De alegria

O devido fim
Ao sentimento
De agonia

O seu caminho
Sem ter vontade
De outra via.

Ser como é
E encontrar
Um outro assim

Para que possa
Sorrir tranquila
Enfim